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Por nossos heróis, pelo CEPPES e pela cultura do povo!

No dia 3 de janeiro de 2018, às 18 horas, o Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES) realizou, no Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro (ISERJ), uma atividade dividida em duas partes: a primeira foi uma homenagem ao grande lutador e líder revolucionário Luís Carlos Prestes, por ocasião da data de seu nascimento, com a palestra “Prestes - o Cavaleiro da Esperança: exemplo para nossa luta!”, proferida pelo professor Haroldo Teixeira de Moura, sociólogo e diretor do CEPPES. A segunda parte constituiu a assembleia para eleição da diretoria da entidade para o próximo triênio.

O professor Haroldo destacou a importância de recordar e homenagear o nosso grande herói comunista Luís Carlos Prestes, que sempre esteve à frente de todas lutas do processo comunista, socialista e encontrava-se sempre ao lado de todos os lutadores sociais do Brasil, por isso veio a tornar-se “o Cavaleiro da Esperança” para todos brasileiros contrários às injustiças contra a classe operária e o proletariado do campo e das cidades. Por estas questões, até hoje é referência por sua postura e caráter para todos os lutadores e povo pobre diante da violência das oligarquias nacionais e estrangeiras que sempre estiveram presentes em todo cenário nacional.

Ressaltou também que, com uma vida que o levou ao constante amadurecimento, Prestes teve a coragem de romper com o Partido Comunista Brasileiro (que veio a realizar um congresso, ao final da ditadura civil-militar, início dos anos noventa) e convocar publicamente todos os comunistas a tomarem em suas mãos o partido, denunciando no documento “Carta aos Comunistas” o liquidacionismo que se instalou em seu seio, e que naquele momento sua direção central compunha-se de homens que preferiam a aliança com as forças da direita antipovo a recolocar o partido no caminho das lutas de classes. O PCB se converteria em um partido de legenda, como qualquer outro, transformando-se em um grupo de negociantes, chegando ao ponto de vender o acervo de todas as lutas comunistas no país para as Organizações Globo, a grande mídia das oligarquias financeiras. Levando esta histórica organização a um processo de desmonte e destruição - o PCB de hoje resultou em um pequeno grupo político com ideologia por vezes difusa e confusa, não se assemelhando ao que foi no passado. Um processo de esfacelamento capitaneado por Roberto Freire, que depois assumiu sua face de direitista convicto, mudando a denominação partidária para PPS, e que está hoje, par e passo, com os canalhas golpistas e ladrões, inclusive, possui ministro no governo corrupto, antipovo e antidemocrático atual.

Estes golpistas, mais do que impedir que Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva possam continuar sendo presidentes populares do Brasil - depois de valorosas histórias de luta social junto ao povo -, estão com suas reformas trabalhista, previdenciária e o reconhecimento do trabalho terceirizado como constitucional, fazendo regredir as relações trabalhistas em nosso país à introdução do modo capitalista em sua fase concorrencial, porém, as empresas são cada vez maiores corporações monopolistas, e os proletários do campo e das cidades são os que vão pagar, de acordo com os golpistas e as oligarquias financeiras, os prejuízos da crise econômica de transição que afeta o mundo e o nosso país. Assim, o ódio contra Dilma e Lula por parte destes setores oligárquicos se traduz como ódio aos programas sociais que dignificaram tantos trabalhadores, foram programas sociais pela segurança alimentar, através da produção familiar; o “Fome Zero”, onde cada família alimentada teria a obrigação de manter seus filhos na escola; o programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”; além de transporte, educação básica à universitária, e tantos outros. Este ódio não é pessoal, é ódio de classe! - reafirmou o professor Haroldo de Moura.

É a mesma situação que Prestes descreveu quando encontrou nosso movimento e desenhou com tintas bem claras: o PCB foi vítima da ditadura civil-militar por não entender seu próprio país e copiou as teses e os estatutos do PCURSS, um partido vitorioso em sua luta revolucionária, mas não tínhamos a mesma formação social, política, econômica e ideológica, e confundimos conhecimento com cópia grosseira, nos afastando da revolução; e mesmo radicalizando nossas lutas, nossos quadros foram dizimados nos porões de Estados totalitários por duas vezes. Primeiro, em 1935, durante o Levante Comunista junto à ANL, em 5 de Julho, onde os militares do partido não levantaram as massas pela linha errada nas proclamas dos comunistas, que viam nosso país como semifeudal e colonial, e por erros grosseiros de comando, onde não existiu um comando único para o movimento tornar-se nacional e político-social. Depois, após o golpe civil-militar em 1964 contra João Goulart, presidente constitucional do país, onde várias forças civis e militares se mobilizaram procurando derrotar o golpe, porém, o partido estava voltado à tática parlamentar, sem forças de ação para combater a ditadura que se instalou no país, o que o levou ao seu fracionamento em vários grupos políticos armados que lutaram na resistência ao golpe. E neste processo perderam-se muitos quadros do partido e do movimento, como Marighella, Lamarca, Mário Alves, junto com considerável parcela de dirigentes, porque a ação dos macacos da tortura foi seletiva, atuando sempre junto aos quadros dirigentes, já que fizeram escola junto aos estadunidenses que lideraram o combate aos lutadores sociais, fossem comunistas ou socialistas, no Cone Sul da América; e os torturadores brasileiros atuaram como escola subimperialista, criando a sagrada família de ditadores nos principais países desta região. Assim, nos porões da ditadura se impôs a tortura ignóbil à boa parte do povo em armas contra a ditadura e pelo retorno das liberdades democráticas e pela ampla liberdade de expressão e direito de ir e vir e de todos os direitos sociais. Na ditadura civil-militar fascista perdemos o que já tínhamos alcançado, da luta pelo socialismo rumo ao comunismo retornamos a uma luta pelos direitos democráticos. O partido, que não entendeu nosso país capitalista no início do século passado, subordinado e dependente, mas capitalista, e muitas vezes subimperialista, dominando para o dominante maior e imperialista, não entendia o processo da luta diante do golpe militar de Estado, e desenvolveu teses que chegavam ao ridículo, diante da violência do Estado de exceção fascista criado, espalhando a tortura, censurando e calando as vozes discordantes, e entre estas vozes, é importante lembrar – enfatizou o palestrante – estava, entre outras, uma mulher que nunca se dobrou - assim como Luís Carlos Prestes, que esteve no movimento democrático do tenentismo até que, com seus companheiros, se integra ao PCB, recrutado pelo COMINTERN, direção central da Internacional Comunista, para dirigir a Revolução Socialista no Brasil, em 1935 -, esta mulher de muita fibra que resistiu aos porões da ditadura buscando reconquistar o Estado democrático de direito era Dilma Rousseff, nas décadas de 1970 e 1980, procurando uma via mais favorável a todo nosso povo e aos trabalhadores em geral.

Estes fatos demonstravam para Prestes a necessidade de divulgar de norte a sul e de leste a oeste, através de palestras ideológicas, a necessidade da reedificação das forças do comunismo, da formação de quadros através do trabalho revolucionário teórico-prático, e a formação de pequenas organizações que, reunificadas, retomariam o papel subjetivo da organização da classe proletária; isto porque as forças da revolução estavam destruídas e distribuídas por vários pequenos grupos sem consistência teórica e prática, e o domínio da direita era amplo e generalizado, ao mesmo tempo a crise dos comunistas alcançavam os países do Leste Europeu e da União Soviética – pontuou o professor Haroldo.

A então OPPL (Organização Popular é Pra Lutar) entra em contato com Prestes e toda sua preocupação passa a ser a preocupação desta organização de trabalhadores proletários da Baixada Fluminense, o que nos leva a fundar o CEPPES e a desenvolver o conhecimento das obras clássicas do marxismo-leninismo, tendo à frente deste processo outro grande lutador e dirigente, Aluísio Bevilaqua, no esforço de preparar quadros revolucionários, desenvolver ações de massas, como o movimento de trabalhadores rurais na Baixada Fluminense, pela moradia em Minas Gerais, o movimento proletário no Rio de Janeiro e em São Paulo, a conquista da direção da FAMERJ – Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro, até a construção de nosso jornal INVERTA, que está em seu 27º ano de circulação e é distribuído em todo país – concluiu.

A segunda parte da atividade foi constituída pela assembleia dos associados do CEPPES, que tratou da eleição da diretoria da entidade para o novo triênio, e foi coordenada pelo professor Antonio Cícero Cassiano Sousa, Dr. em História e atual presidente da direção executiva do Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais.

(Publicado no jornal INVERTA, edição 494)