Aluisio Pampolha Bevilaqua
Licenciatura plena em Ciências Sociais (1992) e Bacharelado (1995) pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em Educação Brasileira (2011) e Doutor em Educação pela UFC (2015). Membro do Conselho Editorial da Revista Ciência & Luta de Classes; Editor e membro do Conselho Editorial do Jornal Inverta; Professor e Pesquisador do Centro de Educação Popular e Pesquisas Econômicas e Sociais (CEPPES). Pesquisador do Laboratório de Estudos do Trabalho e Qualificação Profissional/UFC. Pesquisador do Grupo de Estudos do Trabalho e da Qualificação em Saúde/FIOCRUZ. Membro do Conselho da Rede e Cátedra UNESCO/UNU em Economia Global e Desenvolvimento Sustentável; e Membro e fundador do GPT (CNPq) Educação, Economia Global e Desenvolvimento Sustentável.
Resumo
O Brasil dado a sua conexão com a economia dos centros imperialistas, seja pelas estruturas de articulação da economia (exportações, importação, fluxo financeiro, dívida pública e privada, taxa de câmbio, tecnologia, etc.), seja pelo receituário da economia política oficial, será arrastado, independente da força da organização subjetiva da classe revolucionária no país, ao inexorável abismo da erosão do paradigma do valor – isto é, a perda da efetividade da relação tempo/trabalho necessário como medida de riqueza na sociedade. Tal processo é derivado das distintas composições orgânicas de capital das economias interconectadas, que por relação inversa na composição de valor do trabalho objetivado remonta as trocas desiguais, como instrumento fundamental de sustentação do PIB dos países imperialistas e da economia mundial. Nesta lógica, a apropriação do tempo excedente dos países em que vige o paradigma do tempo/ trabalho necessário é para os países do capitalismo avançado a condição de sustentação das relações capitalistas de produção e consumo, mesmo que objetivamente vija já como fundamento da economia o paradigma do tempo/trabalho livre social dada a redução ao mínimo do tempo necessário em relação ao excedente. Nestas condições, cada crise vivida pelos países capitalistas em desenvolvimento e os subdesenvolvidos, que é superada com base no paradigma da mais-valia relativa pelo aumento da composição orgânica do capital, a tendência histórica é cada vez mais caminhar para o abismo da crise de paradigma de valor. Eis o mistério que arrasta o Brasil à crise do capital e o segredo também da campanha dos centros imperialistas pela economia verde. Esta última se apresenta cada vez mais como antolho à tendência histórica da crise do capital, de transitar do paradigma do tempo/trabalho necessário para tempo/trabalho livre social, que exige, inexoravelmente, a transformação de todas as relações sociais de produção do capitalismo para um modo de produção social superior: o comunismo.